janeiro 31, 2019

Cavernas no Brasil - Origem e Formação das Cavernas


Cavernas no Brasil - Origem e Formação das Cavernas

É provável que numerosas cavernas tenham sido originadas pela dissolução e abrasão causada pelos movimentos das águas subterrâneas.
Abismo Anhumas, Bonito, Mato Grosso do Sul
Fonte: https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/fotos-conheca-18-belas-grutas-e-cavernas-para-explorar-pelo-brasil/

Espeleologia é a ciência que tem por princípio a procura, exploração, observação e interpretação das cavernas com o objetivo de definir critérios para sua preservação. Pode oferecer ajuda a Paleontologia e à Arqueologia, na compreensão da existência de tipos de vidas animais e humanas primitivas. As grutas e abrigos-sob-rocha constituem um patrimônio de valor científico e cultural, sendo que algumas grutas já possuem importância nacional e integram o acervo da humanidade.

A origem das cavernas ainda é uma questão controvertida. É provável que numerosas cavernas tenham sido originadas pela dissolução e abrasão causada pelos movimentos das águas subterrâneas, enquanto outras surgiram por causa dos desmoronamentos de partes do teto ou pelo abatimento de assoalhos que recobriram galerias inferiores. Outra possibilidade é o surgimento que ocorre ao nível do lençol freático ou abaixo dele.

A água penetra no calcário através das fraturas e depressões e, se ainda contém dióxido de carbono em quantidades suficientes, vai dissolvendo a rocha em sua percolação. O movimento da água nos calcários é controlado pelas variações litológicas e pelas linhas de falha e de fratura. A respeito da circulação da água subterrânea, pode-se distinguir duas zonas: na zona superior, ou zona vadosa, a água circula livremente e de modo rápido, e, na inferior, ou zona freática, a água circula sob pressão hidrostática e todas as fissuras e juntas estão preenchidas. Em ambas as zonas, a água tende a coletar-se em canais bem definidos e a movimentar-se como um sistema subterrâneo. A solução e a abrasão são os processos básicos na formação de cavernas.


Conceitos

Carste - tipo de paisagem criada pela água quando a chuva ou os rios recebem substâncias químicas presentes no ar ou em solos cobertos por vegetação abundante. Estas águas então adquirem a capacidade de dissolver lentamente determinados tipos de rochas, como o calcário, formando cavernas, rios subterrâneos.

Cavernas - uma caverna pode ser definida como um leito natural subterrâneo e vazio, podendo se estender vertical ou horizontalmente e apresentar um ou mais níveis. São formadas quando os rios subterrâneos começam a dissolver e escavar a rocha. Com o passar do tempo, as cavernas vão se alargando, chegando a formar salões altos. Os rios subterrâneos são de grande importância no transporte de alimentos para os seres vivos que ali habitam, mas os rios também transportam sedimentos como areia e argila que formam o solo das cavernas. Existem dentro das cavernas um entremeado de câmaras e passagens estreitas. Todas as formas de acumulação encontradas nas cavernas recebem o nome genérico de travertino.

Espeleotemas - são formações minerais que ocorrem em cavernas, a exemplo das estalactites, estalagmites, colunas, cortinas, entre outras. Apresentam cores, formas e dimensões que dependem da morfologia de cada gruta, do tipo de mineral depositado e do mecanismo de deposição.

Estalactites e estalagmites - são dois tipos de espeleotemas. O principal mineral formador desses e de outros espeleotemas é a calcita. As estalactites e estalagmites formam-se pelo gotejamento de água saturada em calcita, ao longo de sua infiltração em rochas calcárias. A estalactite forma-se do teto para baixo, pela superposição de anéis de calcita. E a estalagmite "cresce" do piso da caverna para cima, bem embaixo da estalactite, a partir do gotejamento de água saturada em calcita que se precipita da estalactite. Quando a estalactite se junta com a estalagmite, forma-se um outro espeleotema chamado coluna. A velocidade de crescimento das estalactites varia entre 0,01mm a 3mm por ano.

Cascatas - a água ao escorrer pela parede rochosa da gruta, vai depositando calcita durante seu percurso descendente. Tais depósitos são denominados cascatas, devido a sua forma e cor, geralmente alvíssima. Essas superfícies normalmente são lisas. Constituem um depósito uniforme da parede até o chão da gruta; porém, em alguns casos, pode terminar por estalactites formadas a partir das bordas, dando um aspecto semelhante ao de um órgão.

Brasil - País das Cavernas
Embora sendo o quarto maior país em quantidade, qualidade e extensão de cavernas, reconhece-se que só 10% dos parques brasileiros foram explorados por falta de recursos financeiros e técnicos.
Gruta do Lago Azul - caverna na cidade de Bonito (MS)
Fontes: https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/fotos-conheca-18-belas-grutas-e-cavernas-para-explorar-pelo-brasil/

Pela importância cultural e beleza do patrimônio espeleológico do Brasil, Brasília sediou em julho do ano 2000 o maior evento mundial de cavernas, cujo tema central foi "Espeleologia no 3º Milênio – Contribuindo para o Desenvolvimento Sustentável". Foram realizados três congressos simultâneos de espeleologia: 13º Internacional, 4º da América Latina e Caribe, e o ESPELEO BRASIL 2001.

Embora sendo o  quarto maior país em quantidade, qualidade e extensão de cavernas, reconhece-se que só 10% dos parques brasileiros foram explorados por falta de recursos financeiros e técnicos. Apenas para manutenção das cavernas cadastradas, o CECAV – (Centro  de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas), precisaria de R$ 700 mil e só conta com R$ 100 mil, quantia que corresponde a R$ 2 mil por estado. Sua maior preocupação é com a preservação ambiental e arqueológica das cavernas, pois esse é um dos grandes vilões do turismo jovem do próximo milênio. Para ele, o turismo ecológico, se conduzido de forma adequada e criteriosa, apresenta-se como uma das atividades econômicas mais promissoras para os estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e outros  que concentram as 2.700 cavernas cadastradas na SBE - Sociedade Brasileira de Espeleologia, das quais 82% estão no banco de dados do IBAMA.

Apenas Estados Unidos, França e Alemanha concentram mais cavernas que o Brasil.

A maior caverna brasileira é a Toca da Boa Vista (BA), com 71 Km de extensão, e a de maior importância arqueológica é a do Parque Peruaçu (MG). Mas a região centro-oeste também tem suas riquezas. O patrimônio espeleológico do DF é bastante diversificado, merecendo atenção especial as cavernas do Parque Estadual de Terra Ronca, em São Domingos (GO), a Gruta dos Ecos, nas proximidades de Brasília, a maior do país em mecaxisto, o Buraco das Araras, e o Buraco do Inferno, com um profundo lago cristalino.

Conservar uma caverna é manter suas características próprias inalteradas, de modo a modificar o menos possível o ambiente.

Conservar uma caverna é manter suas características próprias inalteradas, de modo a modificar o menos possível o ambiente.
Uma caverna não é um simples túnel escavado entre rochas, vazio e escuro. Seu ambiente, assim como suas formas de vida e a própria formação dos espeleotemas estão intimamente ligados ao meio externo que a circunda. Por isso, qualquer alteração na superfície reflete diretamente no mundo subterrâneo.

A poluição das águas, por exemplo, nociva em qualquer circunstância, tem efeitos muito danosos quando elas percorrem o interior de uma caverna. Um rio poluído pode comprometer toda a manifestação biológica. Não é admissível que dejetos industriais, minerais ou domésticos, sejam lançados em cursos de água que venham se tornar subterrâneos.

O desmatamento, além de descaracterizar o contorno regional, poderá também influir de maneira direta sobre a caverna, pois a destruição do revestimento vegetal poderá dar início a desmoronamentos e deslizamentos de terra, que irão de uma forma ou de outra interceptar ou desviar o leito original do rio na caverna.
Da mesma maneira, as atividades ligadas à utilização direta do espaço interior podem, se feitas de forma inadequada, descaracterizar o meio cavernícola e prejudicar o seu frágil equilíbrio ecológico.

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